• sábado, 9 de abril de 2011

    ESPECIALISTAS DENUNCIAM FARSA DE DOCUMENTÁRIO SOBRE “A TUMBA DE JESUS”

    ESPECIALISTAS DENUNCIAM FARSA DE DOCUMENTÁRIO

    SOBRE “A TUMBA DE JESUS”

    Filme exibido no Discovery Channel e produzido por James Cameron é ironizado por cientistas e classificado como “bobagem” por arqueólogos

     

    Um documento exibido no Brasil no canal da TV cabo Discovery Channel em 18 de Março, e que foi transmitido na TV americana em 26 de Fevereiro, afirma ter identificado o túmulo onde foram enterrados Jesus Cristo, seus pais, Maria e José, e Maria Madalena. Intitulado The Lost Tomb of Jesus (O Túmulo Perdido de Jesus), o documentário foi produzido por James Cameron, director do filme Titanic, e pelo arqueólogo Simcha Jacobovici para o canal, com três anos de preparação. No entanto, a comunidade científica ironizou o seu conteúdo, classificando-o como “falso” e “apenas um chamariz publicitário para um futuro livro a ser lançado pelo cineasta”.

    O suposto túmulo, do qual originou o documentário, foi encontrado em 1980 no subúrbio de Talpiot, em Jerusalém. Na ocasião, os arqueólogos encontraram dez caixões (repositórios de ossos) e três crânios. Em alguns dos esquifes havia inscrições que foram traduzidas como “Jesus, filho de José”; “Judá, filho de Jesus”; “Mariamne”; “Maria”; “José” e “Mateus”. Testes de DNA nos resíduos dos ossos verificaram que não havia parentesco entre os ossos de Jesus e de Mariamne. Com isso, Cameron concluiu que ambos só poderiam ocupar a mesma tumba se fossem casados. Além disso, passou a defender que Mariamne seria o nome verdadeiro de Maria Madalena. Em outras palavras, o documentário de Cameron e Jacobovici tenta relacionar os nomes encontrados aos da família da Jesus e argumenta que Jesus e Maria Madalena foram casados e tiveram um filho (Judá).

    Após o lançamento do documentário a comunidade científica no Brasil e no exterior manifestou-se contrária aos argumentos de Cameron e Jacobovici. Em opinião unânime, especialistas afirmam serem absurdas as teorias apresentadas. Sem considerar a tentativa de colocar em dúvida a ressurreição de Cristo, os arqueólogos afirmam que, histórica e arqueologicamente, é impossível Cameron e Jacobovici provarem tais factos.

     

    Comunidade científica ironiza

     

    Historiador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e um dos principais especialistas brasileiros sobre a vida de Jesus, André Chevitarese afirma que é preciso encarar com muito cepticismo o anúncio da descoberta da suposta tumba de

    Cristo. Segundo ele, Jesus seria virtualmente invisível para um arqueólogo de hoje. Em entrevista ao site G1, Chevitarese explica que “não só ele (Jesus), como quase toda a primeira e segunda geração de cristãos eram pessoas periféricas, gente muito simples, de origem rural, que seriam incapazes de deixar restos materiais claros de si mesmos” por não terem condições financeiras de terem uma tumba como a de Cameron mostrou.

    Sendo assim, os ossários apresentados por Cameron, no dia 26 de Fevereiro, como o local do último descanso de Jesus, sua mãe Maria e sua suposta esposa Maria madalena, estaria muito acima das possibilidades financeiras de alguém como Ele. A decoração em alguns dos ossários aponta para uma família da classe média alta, e não para camponeses da Galileia.

    Para o professor Chevitarese, é preciso ficar sempre com um pé atrás diante de um anúncio como esse. “A impressão é que se está diante de um fenómeno: uma emissora de TV simplesmente querendo criar polémica em torno do tema. Qualquer trabalho científico sério precisa trabalhar com hipóteses, que podem ser testadas ou refutadas. O problema é que, nessas belíssimas teorias que são criadas, a resposta já vem pronta e os factos simplesmente são forçados a se encaixar na conclusão desejada”, critica o historiador. Na entrevista, Chevitarese comparou esse tipo de esforço à trama do romancista Dan Brown no livro O Código Da Vinci.

    Segundo André Chevitarese, o túmulo de onde vieram os ossários, achado em 1980 num subúrbio de Jerusalém, não é o primeiro a conter a inscrição “Jesus, filho de José”. Outro ossário com esses dizeres veio à tona em 1926, e causou os mesmos rumores, até que se percebeu que era extremamente comum entre os judeus do primeiro século dC pessoas com o nome de Jesus e filhos de algum José.

    Amos Kloner, arqueólogo israelita que descobriu a tumba em 1980 e a documentou como a sepultura de uma família judaica, está convicto d que não há provas para sustentar a tese de que o túmulo é de Jesus. Em entrevista à agência de notícias France Press, Kloner, que é professor do Departamento de Arqueologia e estudos da Terra de Israel na Universidade de Bar-llan, em Tel Aviv, enfatiza que não há possibilidade de se apropriar de uma história religiosa e transformá-la em algo científico. “Insisto no facto de que é uma tumba comum no século I antes de Cristo”, disse Kloner, acrescentando que “os nomes eram uma coincidência e o filme é uma bobagem”.

    Em relação à tese em que Jesus e Maria Madalena podem ter tido um filho chamado Judá, Kloner ridiculariza, afirmando que não há registos históricos disso e, portanto, é impossível de ser provada. Kloner enfatiza que não há possibilidade de o túmulo pertencer à família de Jesus. Segundo ele, Maria e José não poderiam ter uma tumba familiar em Jerusalém. “Eles eram uma família paupérrima. Posso dizer positivamente que não aceito a identificação como pertencendo à família de Jesus em Jerusalém. Não aceito, nem historicamente, nem arqueologicamente”, afirmou o arqueólogo durante a entrevista.

    De acordo com o especialista, existem muitos nomes populares e comuns no primeiro século antes de Cristo, inclusive Jesus e José. Kloner afirmou que, das 900 tumbas encontradas num espaço de 4Km na cidade velha de Jerusalém na mesma época, o nome de Jesus foi encontrado 71 vezes, e que “Jesus, filho de José” também foi encontrado muitas vezes.

    Outro conhecido arqueólogo israelita, Dov Ben Meir, que escavou durante anos as ruínas da velha Jerusalém, também rejeitou os argumentos utilizados por Cameron e Jacobovici e disse que eles “não passam de tolice”. O professor L. Michael White, da Universidade do Texas, também diz ter dúvidas sobre a veracidade da descoberta. Segundo ele, é uma forma de tentar vender documentários. “Uma série de testes rígidos deveriam ser conduzidos antes que um ossário ou uma inscrição possa ser apresentado como antiga. Não é arqueologicamente sensato. Isso é uma fanfarra”, conclui.

     

    Impossível desacreditar o cristianismo

     

    Para o pastor Natanael Rinaldi, assim como aconteceu com o lançamento do livro o Código Da Vinci, e depois com o filme, esse documentário chega com o mesmo intuito: o de tentar desacreditar o cristianismo. “Essa é mais uma tentativa do Diabo de impedir o cumprimento da promessa de Deus no livro de Génesis 3:15, de levantar, da semente de mulher, aquele que esmagaria a cabeça da serpente”, atesta.

    Rinaldi explica o que realmente está por trás do falso documentário: o desejo de tentar desacreditar a divindade de Jesus. “Se as dez urnas encontradas realmente guardassem os ossos de Jesus, isso significaria que Ele não ressuscitou. E se não ressuscitou, então o relato bíblico não passaria de lenda e, com isso, a credibilidade do cristianismo cairia por terra. Como é do conhecimento de todos os cristãos, o cristianismo repousa sobre os eventos ligados à morte e ressurreição de Jesus. É o que Paulo aponta como o verdadeiro cristianismo em I Co. 15:14: “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a nossa fé”, lembra o pastor Rinaldi.

    O pastor Esequias Soares lembra que a tentativa de negar a ressurreição de Jesus, que é a viga mestra e o pilar do cristianismo, é um procedimento que existe há muitos séculos e que nunca obteve êxito. “A Bíblia afirma que Jesus ’se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por um período de 40 dias’ (At. 1:3). Essas provas infalíveis e incontestáveis jamais puderam ser refutadas. As autoridades religiosas de Jerusalém lutaram muito para neutralizar essas provas e não puderam. Foram 40 dias e mais de 500 testemunhas”, destaca o pastor, reiterando que “se essa ressurreição não fosse física e nem um facto real, isso teria terminado por lá mesmo e nem sequer teria chegado ao nosso conhecimento depois de quase dois mil anos”.

    Ainda de acordo com o pastor Esequias, tanto os apóstolos como as demais testemunhas pagaram um preço muito alto pelo que viram e testemunharam. “Foram perseguidos, presos, torturados e mortos porque afirmaram que Jesus estava vivo. Isso está também noutros registos históricos e não apenas no Novo Testamento. Quem estaria disposto a morrer por uma mentira tendo convicção dela? Talvez algum insensato, mas não tanta gente. Agora, surge do nada um cidadão sem prova alguma, e sem fundamento, dizendo que nada disso é verdade”, comenta o pastor Esequias, destacando que “as conclusões são absurdas e ociosas diante dos factos já apresentados2.

    O pastor Paulo Romeiro reforça que muitos ataques contra a fé cristã já foram feitos e este não será o último. “Depois de afundar um transatlântico nas telas do cinema no filme Titanic, Cameron espera com este documentário afundar o cristianismo. Mas, a verdade de Deus que prevalece foi dita por Jesus: ‘As portas do inferno não prevalecerão contra a minha igreja’ (Mat. 16:18)”, finaliza o pastor. Realmente, o documentário de Cameron naufragou desde o seu nascimento.

     

    Texto extraído da revista “Mensageiro da Paz” de Abril de 2007

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