• segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

    A Adoração da Mãe e do Filho

    Um dos exemplos mais destacados de como o paganismo babilônico tem continuado até nossos dias pode ser visto na maneira como a igreja romanista inventou a adoração a Maria para substituir a antiga adoração à deusa-mãe.



    A história da mãe e do filho foi largamente conhecida na antiga Babilônia e desenvolveu- se até ser uma adoração estabelecida. Numerosos monumentos da Babilônia mostram a deusa-mãe Semíramis com seu filho Tamuz nos braços (1) Quando o povo da Babilônia foi espalhado para as várias partes da terra, levaram consigo a adoração da mão divina e de seu filho. Isto explica porque muitas nações adoravam uma mãe e um filho – de uma forma ou de outra – séculos antes do verdadeiro Salvador, Jesus Cristo, ter nascido neste mundo. Nos vários países onde este culto se espalhou, a mãe e o filho foram chamados por diferentes nomes, pois, relembramos, a linguagem foi confundida em Babel.

       Os chineses tinham uma deusa-mãe chamada Shingmoo ou “Santa Mãe”. Ela é representada com um filho nos braços e raios de glória ao redor da cabeça (2)

        Os antigos germanos adoravam a virgem Hertha com o filho nos braços. Os escandinavos a chamavam de Disa, que também era representada com um filho. Os etruscos chamavam-na de Nutria, e entre os druidas a Virgo-Patitura era adorada como a “Mãe de Deus”. Na Índia, era conhecida como Indrani, que também era representada com o filho nos braços.

        A deusa-mãe era conhecida como Afrodite ou Ceres pelos gregos; Nana, pelos sumérios, e como Vênus ou Fortuna, pelos seus devotos nos velhos dias de Roma, e seu filho como Júpiter (3) Por várias eras, Ísis, a “Grande Deusa” e seu filho Iswara, têm sido adorados na Índia, onde templos foram erigidos para sua adoração. (4)

          Na Ásia, a mãe era conhecida como Cibele e o filho como Deoius. “Mas, a despeito de seu nome ou lugar”, diz um escritor, “ela foi a esposa de Baal, a virgem rainha dos céus, que ficou grávida, sem jamais ter concebido de varão”. (5)

         Quando os filhos de Israel caíram em apostasia, eles também foram enganados por esta adoração da deusa-mãe. Como lemos em Juízes 2.13: “Eles deixaram ao Senhor: e serviram a Baal e a Astarote”. Astarote ou Astarte era o nome pelo qual a deusa era conhecida pelos filhos de Israel. É penoso pensar que aqueles que haviam conhecido o verdadeiro Deus, o abandonassem e adorassem a mãe pagã. Ainda assim era exatamente o que faziam repetidamente (Juízes 10.6; 1 Samuel 7.3,4; 12.10; 1 Reis 11.5; 2 Reis 23.13). Um dos títulos pelos quais a deusa era conhecida entre eles era o de “rainha dos céus” (Jeremias 44.17-19). O profeta Jeremias repreendeu-os por adorarem, mas eles se rebelaram contra sua advertência.

        Em Éfeso, a grande mãe era conhecida como Diana. O templo dedicado a ela, naquela cidade, dera uma das sete maravilhas do mundo antigo. Não somente em Éfeso, mas em toda a Ásia e em todo o mundo a deusa era adorada (Atos 19.27).

        No Egito, a mãe era conhecida como Ísis e seu filho como Horus. É muito comum os monumentos religiosos do Egito mostrarem o infante Horus sentado no colo de sua mãe.

        Esta falsa adoração, tendo se espalhado da Babilônia para as diversas nações, com diferentes nomes e formas, finalmente estabeleceu- se em Roma e em todo o Império Romano. Diz um notável escritor com relação a este período: “A adoração da Grande Mãe... foi... muito popular sob o Império Romano. Inscrições provam que os dois (mãe e o filho) recebiam honras divinas... não somente na Itália e especial em Roma, mas também nas proximidades, especialmente na África, Espanha, Portugal, França, Alemanha e Bulgária”. (6)



        Foi durante esse período quando o culto da mãe divina foi muito destacado, que o Salvador, Jesus Cristo, fundou a verdadeira Igreja do Novo Testamento. Que gloriosa Igreja ela foi naqueles dias primitivos. Pelo terceiro e quarto século, contudo, o que era conhecido como a “igreja” havia, em muitas maneiras abandonado a fé original, caindo em apostasia a respeito do que os apóstolos haviam avisado. Quando essa “queda” veio, muito paganismo foi misturado com o cristianismo. Pagãos não convertidos eram tomados como professos na igreja e em numerosas ocasiões tinham a permissão de continuar muitos dos seus rituais e costumes pagãos usualmente com umas poucas reservas ou mudanças, para fazer suas crenças parecerem mais semelhantes à doutrina cristã.

        Um dos melhores exemplos de tal transferência do paganismo pode ser visto na maneira como a igreja professa permitiu que o culto da grande mãe continuasse – somente um pouquinho diferente na forma e com um novo nome. Veja você, muitos pagãos tinham sido trazidos para o cristianismo, mas tão forte era sua adoração pela deusa-mãe, que não a queriam esquecer. Líderes da igreja comprometidos viram que, se pudessem encontrar alguma semelhança no cristianismo com a adoração da deusa-mãe, poderiam aumentar consideravelmente o seu número. Mas, quem podia substituiria a grande mãe do paganismo? E claro que Maria, a mãe de Jesus, pois era a pessoa mais lógica para eles escolherem. Ora, não podiam eles permitir que as pessoas continuassem suas orações e devoções uma deusa-mãe, apenas chamando-a pelo nome de Maria, em lugar dos nomes anteriores pelos quais era conhecida? Aparentemente foi este o raciocínio empregado, pois foi exatamente o que aconteceu. Pouco a pouco, a adoração que tinha sido associada à mãe pagã foi transferida para Maria.

        Mas a adoração a Maria não fazia parte da fé cristã original. É evidente que Maria, a mãe de Jesus, foi uma mulher excelente, dedicada e piedosa – especialmente escolhida para levar em seu ventre o corpo de nosso Salvador – mesmo assim nenhum dos apóstolos nem mesmo o próprio Jesus jamais insinuaram a idéia da adoração a Maria. Como afirma a Enciclopédia Britânica, durante os primeiros séculos da igreja, nenhuma ênfase, fosse qual fosse, era colocada sobre Maria (7) Este ponto é admitido pelaThe Catholic Encyclopedia também: “A devoção a Nossa Bendita Senhora, em última análise, deve ser olhada como uma aplicação prática da doutrina da Comunhão dos Santos. Vendo que esta doutrina não está contida, pelo menos explicitamente, nas formas primitivas do Credo dos Apóstolos, não há talvez qualquer campo para surpresa de não descobrirmos quaisquer traços do culto da Bendita Virgem nos primeiros séculos cristãos”, sendo o culto de Maria um desenvolvimento posterior. (8)

        Não foi até o tempo de Constantino – a primeira parte do quarto século – que qualquer um começou a olhar para Maria como uma deusa. Mesmo neste período, tal adoração foi combatida pela igreja, como é evidente pelas palavras de Epifânio (403 d.C.) que denunciou alguns da Trácia, Arábia, e qualquer outro lugar, por adorarem a Maria como uma deusa e oferecerem bolos em seu santuário. Ele deve ser honrada, disse ele, “mas que ninguém adore Maria”. (9) Ainda assim, dentro de apenas uns poucos anos mais, o culto a Maria foi não apenas ratificado pela que conhecemos hoje como Igreja Católica, mas tornou-se uma doutrina oficial no Concílio de Éfeso em 431.

        Em Éfeso? Foi nessa cidade que Diana tinha sido adorada como a deusa da virgindade e da fertilidade desde os tempos primitivos. (10) Dizia-se que ela representava os primitivos poderes da natureza e foi assim esculpida com muitos seios. Uma coroa em forma de torre, símbolo da torre de Babel, adornava sua cabeça.

        Quando as crenças são por séculos conservadas por um povo, elas não são facilmente esquecidas. Assim sendo, os líderes da igreja em Éfeso – quando veio a apostasia – também raciocinaram que se fosse permitido às pessoas conservarem suas idéias a respeito de uma deusa-mãe, se isto fosse misturado com o cristianismo e o nome de Maria fosse colocado no lugar, eles poderiam ganhar mais convertidos. Mas este não era o método de Deus. Quando Paulo veio para Éfeso nos dias primitivos, nenhum compromisso foi feito com o paganismo. As pessoas eram realmente convertidas e destruíram seus ídolos da deusa (Atos 19.24-27). Quão trágico que a igreja em Éfeso, em séculos posteriores, se comprometesse e adotasse uma forma de adoração da deusa-mãe, tendo o Concílio de Éfeso finalmente transformado isto em uma doutrina oficial.

         Uma posterior indicação que o culto a Maria passou a existir partindo do antigo culto à deusa-mãe, pode ser visto nos títulos que são atribuídos a ela. Maria é freqüentemente chamada “A Madona”. De acordo com Hislop, esta expressão é a tradução de um dos títulos pelos quais a deusa babilônica era conhecida. Em forma deificada, Nimrode veio a ser conhecido como Baal. O título de sua esposa, a divindade feminina, seria o equivalente a Baalti. Em Português, esta palavra significa “minha Senhora”; em Latim “Mea Domina”, e em Italiano, foi corrompida para a bem conhecida “Madonna”. (11) Entre os fenícios, a deusa-mãe era conhecida como “A Senhora do Mar” (12), e até mesmo este título é aplicado a Maria – embora não exista qualquer conexão entre Maria e o mar.

        As Escrituras tornam claro que existe apenas um mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem (1 Tm 2.5). Ainda assim o catolicismo romano ensina que Maria também é uma “mediadora”. As orações para ela formam uma parte muito importante do culto católico. Não existe base escriturística para esta idéia, embora este conceito não fosse estranho às idéias ligadas à deusa-mãe. Ela trazia como um dos seus títulos “Milita”, que é a “Mediatrix”, “Medianeira”, ou “Mediadora”.

        Maria é freqüentemente chamada “rainha dos céus”. Mas Maria, a mãe de Jesus, não é a rainha dos céus. “A rainha dos céus” foi um título da deusa-mãe que foi adorada séculos antes de Maria ter ao menos nascido. Bem antes, nos dias de Jeremias, o povo estava adorando a “rainha dos céus” e praticando rituais que eram sagrados para ela. Como lemos em Jeremias 7.18-20: “Os filhos apanham a lenha, os pais acendem o fogo, e as mulheres amassam a farinha, para se fazerem bolos à rainha dos céus”.

        Um dos títulos pelos quais Ísis era conhecida era a “mãe de Deus”. Mais tarde este mesmo título foi aplicado a Maria pelos teólogos de Alexandria. Maria era, é claro, a mãe de Jesus, mas somente no sentido de sua natureza humana, sua humanidade. O significado original de “mãe de Deus” ia além disto; acrescentava uma posição glorificada à MÃE e a igreja católica da mesma maneira foi muito ensinada a pensar assim a respeito de Maria.

        A imagem da deusa-mãe com o filho nos braços estava tão firmemente gravada na mente pagã quando vieram os dias da apostasia que, de acordo com um escritor, à antiga imagem de Ísis e do filho Horus foi finalmente aceita, não somente na opinião popular, mas, por sanção episcopal formal, foi aceita como a imagem da Virgem e do seu filho. (13) Representações de Ísis e do seu filho foram freqüentemente colocadas em uma moldura de flores. Esta prática também foi aplicada a Maria, como aqueles que têm estudado arte medieval bem sabem.

        Astarte, a deusa fenícia da fertilidade, era associada com a lua crescente. A deusa egípcia da fertilidade, Ísis, era representada como estando de pé sobre a lua crescente com estrelas rodeando sua cabeça. (14) Nas igrejas católicas romanas por toda a Europa podem ser vistas pinturas de Maria exatamente da mesma maneira.

        De numerosas maneiras, líderes da apostasia tentaram fazer Maria parecer semelhante às deusas do paganismo e exaltá-la a um plano divino. Uma vez que os pagãos tinham estátuas da deusa, assim também estátuas eram feitas de “Maria”. Diz-se que em alguns casos, as mesmas estátuas que tinham sido adoradas como Ísis (com seu filho) simplesmente ganharam outro nome, como de Maria e Cristo menino. Quando o cristianismo triunfou, diz um escritor, “estas pinturas e figuras tornaram-se as figuras da madona e do filho sem qualquer quebra da continuidade: nenhum arqueólogo, de fato, pode agora dizer se alguns desses objetos representam uma ou outra”. (15)

        Muitas dessas figuras renomeadas foram coroadas e adornadas com jóias – exatamente da mesma maneira das imagens das virgens hindus e egípcias. Mas Maria, a mãe de Jesus, não era rica (Lucas 2.24; Lv 12.8). De onde, então, vieram essas jóias e coroas que são vistas nestas estátuas que supostamente são dela?

        Através de compromissos – alguns muito óbvios, outros mais ocultos – a adoração da antiga mãe continuou dentro da “igreja” da apostasia, misturada, com o nome de Maria sendo substituto dos antigos nomes.

    Notas


    01.       Encyclopedia of Religions,vol. 2, p.398

    02.       Gross, The Heathen Religion,  p.60

    03.       Hislop, The Two Babylons, p.20

    04.       Ibid.

    05.       Bach, Strange Sects and Curious Cults, p. 12

    06.       Frazer, The Golden Bough, vol. 1, p. 356.
    07.       Encyclopedia Britannica, vol. 14, p. 309
    08.       The Catholic Encyclopedia, vol. 15. p. 459, art. “Virgin Mary”. 
    09.       Ibid., p. 460
    10.       Fausset´s Bible Encyclopedia, p. 484
    11.       Hislop, The Two Babylons, p. 20
    12.       Harper´s Bible Dictionary, p. 47
    13.       Smith, Man and His Gods, p. 216.
    14.       Kenrich, Egypt, vol. 1, p.425. Blavatisky, Isis Unveiled, p. 49. 
    15.       Weigall, The Paganism in Our Christianity, p. 129. 
    Fonte: Ralph Woodrow, Babilônia: a Religião dos Mistérios, 



    Observação:

    Na igreja da apostasia, Maria continua sendo a “Rainha do Céu e da Terra”, dentre outros muitos títulos:

    “Pela ligação maternal a Jesus, Maria está intimamente associada à sua obra redentora, merecendo o título de Co-redentora, que inclui outros que a piedade cristã lhe atribui: Advogada, Auxiliadora, Me­dianeira… Mãe de Jesus, Maria é também Mãe do seu Corpo Místico, pelo que lhe cabe o título de Mãe da Igreja, usado por Paulo VI (21.11.1964) , título que não chegou a ser objecto de definição dogmática pelo Conc. Vat. II, que o julgou pressuposto na sua Ma­ter­nidade Espiritual, função que perdura na sua vida celeste como Me­dia­ção Universal a favor de todos os homens. A coroar todas as outras prer­roga­tivas, temos finalmente a sua glo­ri­fica­ção como Rainha do Céu e da Terra. (Cf. Cat. 484-507; 721-726; 963- -975)” (Enciclopédia Católica Popular – http://www.ecclesia.pt/catolicopedia )




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