Uma das “doutrinas” mais controversa vivida pela igreja evangélica nos dias atuais com certeza é a famosa “teologia da prosperidade”.
Essa dita teologia é um movimento criado na década de 60 que se chamava “filosofia da prosperidade” pelo filósofo Dr E.W. Kenyon e que mais tarde, na década de 70 foi implantada no meio cristão como o nome de “teologia da prosperidade”, tendo hoje como seu maior expoente, o pregador americano Kenneth Hagin.”
Aqueles que defendem e ensinam essa teologia afirmam que os crentes só não conseguem posperar materialmente quando não ofertam e dizimam na igreja ou não crêem nas promessas bíblicas.
Alguns até afirmam que é preciso “exteriorizar” as bençãos materiais através de carros, casas etc, para que os “ímpios” vejam que a igreja é vitoriosa.
É como se o fato de ter abundância material fizesse do crente um “verdadeiro” representante do Reino de Deus.
E aí, para tentar dar razão a tais afirmações, citam versículos isolados da Bíblia, totalmente fora de contexto como: “comerás o melhor dessa terra…”, “serás cabeça e não cauda…” etc.
Parece que a Bíblia vira um manual de instrução de “como ficar rico” ou que se fazendo inúmeras campanhas, correntes, fogueiras e “dando cada um o seu Isaac” farão o crente conseguir, como num passe de mágica, tudo aquilo que desejasse na vida material.
Interessante é observar que à luz da Bíblia, isso tudo não passa de uma triste manipulação barata da Palavra de Deus.
Um simples exame nas orientações do apóstolo Paulo à Igreja Neotestamentária, desfaz todo o falso ensino da “teoologia da prosperidade”.
O apóstolo, quando realizou sua terceira viagem missionária, tinha como um dos objetivos, coletar dinheiro para os pobres dentre os santos que estavam em Jerusalém:
“Porque pareceu bem à Macedônia e à Acaia levantar uma oferta fraternal para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém.”(Rm 15:26)
Ele também instruiu as Igrejas da Galácia e em Coríntio a contribuirem por causa dos pobres da Igreja e fez elogios as Igrejas da Macedônia por lhe terem “rogado” urgentemente que lhes “deixassem” participar da coleta para ajudar os necessitados:
“Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus que foi dada às igrejas da Mecedônia;como, em muita prova de tribulação, a abundância do seu gozo e sua profunda pobreza abundaram em riquezas da sua generosidade.Porque, dou-lhes testemunho de que, segundo as suas posses, e ainda acima das suas posses, deram voluntariamente,pedindo-nos, com muito encarecimento, o privilégio de participarem deste serviço a favor dos santos;”(2 Cor 8:1-4)
“porque bem sei a vossa prontidão, pela qual me glorio de vós perante os macedônios, dizendo que a Acaia está pronta desde o ano passado; e o vosso zelo tem estimulado muitos.” ( 2 Cor 9:2)
Vemos que a posição do apóstolo Paulo em lidar com o problema das necessidades materiais dos irmãos nas Igrejas da época vão totalmente ao contrário do rumo que muitas Igrejas atuais tem ensinado.
Estão transformando a Igreja de Cristo em lugar de busca material e não de cultuar a Deus. Parece uma ida ao supermercado, onde fazemos uma lista daquilo que precisamos, pegamos nosso cartão de crédito (dízimo e ofertas) e aí podemos levar para casa tudo que quisermos.
Ora, que o Senhor pode e com certeza tem abençoado a vida material dos seus filhos é verdadeiro. A prosperidade vinda de Deus é uma benção, mais o que não podemos de forma alguma é adulterar a Bíblia, no intuito de ensinar uma teologia que fere os princípios daquilo que nos foi deixado pelo próprio Deus.
Também, não são as coisas materiais que nos faz “mais vencedores” ou “crentes mais fiéis” do que um irmão que esteja passando por alguma dificuldade financeira.
O foco de quem serve a Jesus Cristo, nunca foi e nem nunca será, a busca desenfreada pelas coisas terrenas. A Igreja é lugar de adoração e de buscarmos a face do Mestre.
As bençãos é consequência de um viver diário na prática da Palavra e da graça imensurável do nosso Deus.
Quanto aos pregadores da “teologia da prosperidade“, que Deus os iluminem e abram os seus olhos para a verdadeira razão de servirmos a Cristo.
Créditos a: http://despertaigreja.com